Sol poente

Queria, infantilmente, que o dia fosse mais longo, e que o sol se demorasse mais, para aquecer meu coração perturbado, que tanto se magoa. Na melancolia dos dias frios, me aflijo, e me deixo machucar, e me deixo vencer. Prostrada com minha dor, me ressinto de você, que tudo ignora, e vive em paz, enquanto me afogo no mar fundo. Respirar me custa, estar viva me demanda. Se afogará você no mesmo mar? Me parece que não. E essa perspectiva me é mais sombria que os terríveis dias frios e estéreis. Lá fora ainda é sol, mas me enregelo aqui dentro. Logo mais, um grito de desespero se romperá, e será tarde demais. O dia já se terá findado.

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