Ah, adorado! Que desconcertante. Estou tão apaixonada por você. Talvez seja melhor assim. Se eu viesse a tê-lo, não aguentaria tamanha alegria. Meu coração, é certo, não seria capaz de conter o que sentiria. Passaria, talvez, a viver para ti; o que provavelmente faço agora. Doce sofrer, me dói te amar. Me dói o quanto te quero. Inevitavelmente, para você me abro cada vez mais, sem defesas. Me entrego, e confio que vá me segurar. Estar contigo é tão fácil, tão simples, tão natural, que de outra forma não poderia ser. Te digo coisas que ninguém mais sabe, pois eu mesma as ignorava antes de virem à luz, geradas e nascidas da nossa interação. A paz que você me traz vai se tornando violência, e me traz êxtase e perturbações indizíveis. A abstinência de você me dói tanto! Ai, céus, para que ter o gosto de te ter por um dia perto de mim, se a amargura da sua ausência vai fatalmente me ferir? Meu coração antes aquecido com a harmonia que só você me traz queima e sangra com a brutalidade da paixão agora descontrolada. E passo a morrer de medo e de desespero. Mais escuro, fundo e gelado que o abismo, medo desesperado de te ver nos braços de outra pessoa. De ser recusada por você. Pelo Céu e a Terra, melhor seria morrer. E me torno covarde, cega de pavor. Talvez melhor seja estar longe de ti, que sofrer agrura tão impiedosa. Me assusta que novamente alguém tenha tanto poder sobre mim. Me apavora. Não queria ser sua. Mas não há escolha. Não há, não há!!! É impossível ser indiferente a você! Tentei, vezes e vezes, tentei. E me apaixonei de novo, e de novo, inexoravelmente. A afinidade se tornou paixão, a paixão se tornou um afeto real e assustador. Não é mais um entusiasmo vazio, um platonismo tolo. Te conheço. Te quero. Te amo. Ai, preciso te esqueceeeeer!!! Você me machuca, você me machuca com crueldade sem fim!

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